segunda-feira, 19 de maio de 2008

Embutindo leituras

A leitura, palavra introdutória de assuntos 'cabeça', é responsável pela formação de conhecimento e agregação de valores. Até aí, tudo bem. Por meio de jornais, revistas, livros e wikipedias, as informações se exibem voluptuosas para todos os olhos de todos os gostos.

No entanto nem é preciso correr atrás de algum comentário de Milton Santos para saber que apesar dos milhões de olhos brasileiros, são poucos os que realmente enxergam e interiorizam informação. Esse fato nada tem a ver com o poder pagar por elas. Vá para a PUC e descubra a surpreendente maioria que tem dificuldade em apreciar a leitura.

Com todo o comodismo capital, o jornalismo televisivo e impresso torna-se canal de informação imediata: situa o leitor da sua realidade, no seu tempo e espaço em 'troca de trocados'. Por outro lado, nessa categoria de comunicação, existem interesses de terceiros que distorcem as verdadeiras narrações. Assim, o leitor, quando não domina um conhecimento prévio sobre o assunto, absorve a opinião disforme como sua.

Visto que a leitura leva à interpretação de mundo, é preciso que os conceitos sobre a verdadeira realidade estejam devidamente estruturados. Do contrário, olhos e ouvidos aceitarão as hipócritas letras dos intitulados jornais de grande circulação a um preço barato sem controle de qualidade.

Trocar leitura fresca por embutida às vezes pode ser conveniente, no entanto, vale o cuidado com tal hábito. A forte influência do jornalismo televisivo e impresso pode obstruir a capacidade de interpretação própria.

Li Teixeira

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