sexta-feira, 16 de maio de 2008
Dissertando sobre Inspiração
Inspiração não é divina, é humana. Da mesma humanidade que o erro, para encontrá-la, basta perceber o instante em que raciocínio e memória convergem. Raciocínio para argamassar, memória para construir.
Memórias, lembranças, e impressões, formam boa parte da criação de conceitos, e a partir deles nascem as invejáveis informações-objeto. Assim, é preciso observar para desenvolver idéias. Não falo da observação que exclui os cegos, mas da orgânica, ou como uns bradam por aí, simplesmente reconhecer que a vida existe.
Portanto, é primordial viver para criar. Não viver de qualquer maneira: viver quebrando as regras clichês do carpe diem. Porque viver deve ser percebido e não apenas cumprido como uma lista de compras da semana ou como o pagamento de uma conta de telefone. Do contrário, ouviremos Lulu Santos como a um mantra “tudo passa, tudo sempre passará”.
Pressa. Falta tempo para nos convencermos que somos seres pensantes. Os pensamentos agrupam-se em longínquas filas do SUS pedindo para serem notados antes que o sol se ponha, no entanto, até o pôr-do-sol passou despercebido. Faz-se necessário o tempo mínimo suficiente para reconhecer que o pensamento existe. Todos merecemos descobrir idéias interessantes frutificadas em nós mesmos.
Sentiu, gravou, lembrou, compreendeu, deixou e percebeu. O que difere a idéia da inspiração é que enquanto uma é processual, a outra, é imediata. Ambas do mesmo sangue, do mesmo arranjo psico-molecular. Nada de divino, apenas eureka.
Li Teixeira
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Um comentário:
A única palavra que cabe a este texto: genial.
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